Quinta feira dia 26 de Novembro ás 19:00hs
Igreja Bom Jesus das Dores - Ribeira (Próximo ao Procon)
Celebrante: Pe. Vandilson de Lima ( Ministériado em Cura e libertação)
Discreta e silenciosa, durante a vida quase não chamou a atenção sobre si. Parecia uma freira comum, sem nada de excepcional. Faleceu aos 24 anos, tuberculosa, depois de passar por terríveis sofrimentos. Enquanto agonizava, ouviu duas freiras comentarem entre si, do lado de fora de sua cela: "Coitada da Irmã Teresa! Ela não fez nada na vida... O que nossa Madre poderá escrever sobre ela, na circular em que dará aos outros conventos a notícia da sua morte?" Assim viveu Santa Teresinha, desconhecida até mesmo das freiras que com ela compartilhavam a clausura do Carmelo. Somente depois de morta seus escritos e seus milagres revelariam ao mundo inteiro a verdadeira envergadura da grande Santa e Mestra da espiritualidade. A jovem e humilde carmelita que abriu, na espiritualidade católica, um caminho novo para atingir a santidade (a célebre "Pequena Via"), foi declarada pelo Papa João Paulo II Doutora da Igreja.
Desde o início da missão de Cristo, a mulher demonstra para com Ele e para com o Seu ministério uma sensibilidade especial, que corresponde a uma característica da sua feminilidade. Convém referir igualmente que tal é particularmente confirmado face ao mistério pascal, não só no momento da cruz, mas também na manhã da ressurreição. As mulheres são as primeiras junto à sepultura. São as primeiras a encontrá-la vazia. São as primeiras a ouvir: «Não está aqui, ressuscitou como tinha dito» (Mt 28, 6). São as primeiras a abraçar-Lhe os pés (Mt 28, 9). São também as primeiras a ser chamadas a anunciar esta verdade aos apóstolos (Mt 28, 1-10; Lc 24, 8-11).
Mulher, eis o teu filho! «Eis a tua mãe!» Com que direito passa o discípulo que Jesus amava a ser filho da Mãe do Senhor? Com que direito é Ela sua Mãe? É que Aquela que trouxera ao mundo, então de forma indolor, a causa da salvação de todos, ao dar à luz na carne o Deus feito homem, é com enorme dor que agora dá à luz, de pé junto à cruz.
A Natividade de Nossa Senhora é a festa de seu nascimento. É celebrada desde o início do cristianismo, no Oriente. E, no Ocidente, desde o século VII. O profundo significado desta festa é o próprio Filho de Deus, nascido de Maria para ser o nosso Salvador.No seu Sermão do Nascimento da Mãe de Deus, o Pe. António Vieira diz: "Perguntai aos enfermos para que nasce esta Celestial Menina. Dir-vos-ão que nasce para Senhora da Saúde; perguntai aos pobres, dirão que nasce para Senhora dos Remédios; perguntai aos desamparados, dirão que nasce para Senhora do Amparo; perguntai aos desconsolados, dirão que nasce para Senhora da Consolação; perguntai aos tristes, dirão que nasce para Senhora dos Prazeres; perguntai aos desesperados, dirão que nasce para Senhora da Esperança; os cegos dirão que nasce para Senhora da Luz; os discordes: para Senhora da Paz; os desencaminhados: para Senhora da Guia; os cativos: para Senhora do Livramento; os cercados: para Senhora da Vitória. Dirão os pleiteantes que nasce para Senhora do Bom Despacho; os navegantes: para Senhora da Boa Viagem; os temerosos da sua fortuna: para Senhora do Bom Sucesso; os desconfiados da vida: para Senhora da Boa Morte; os pecadores todos: para Senhora da Graça; e todos os seus devotos: para Senhora da Glória. E se todas estas vozes se unirem em uma só voz (...), dirão que nasce (...) para ser Maria e Mãe de Jesus". (Apud José Leite, S. J., op. cit., Vol. III, p. 33.).
Agnes Gonxha Bojaxhiu nome de batismo da que ficou mundialmente conhecida por Madre Teresa de Calcutá, nasceu na Albânia (então Macedónia) e tornou-se cidadã indiana, em 1948. Prémio Nobel da Paz em 1979. Oriunda de uma família católica, aos doze anos já estava determinada a ser missionária. Começou por fazer votos na congregação das Irmãs de Nossa Senhora do Loreto, aos 18 anos, na Irlanda, onde viveu. A sua vida na Índia começou como professora. Só ao fim de dez anos sentiu necessidade de criar a congregação das Irmãs da Caridade e dedicar a sua longa vida aos pobres abandonados e mais desprotegidos de Calcutá. Entre as suas prioridades estava matar a fome e ensinar a ler aos "mais pobres entre os pobres", bem como a leprosos, portadores de SIDA e mulheres abandonadas. Depois do Prémio Nobel, em 1979, passou a ser muito conhecida e as Irmãs da Caridade estão em centenas de países do Mundo. O seu exemplo de dedicação sem temer contrair doenças contagiosas, a sua vida exemplar, sempre na sua fé católica deram-lhe, em vida, a certeza de que era santa. Aguarda-se a sua canonização.
No mundo das relações humanas, a base fundamental é conhecer-se e, conhecendo, estabelecer relacionamentos verdadeiros. Muitas vezes, prevalece o medo de entrar em nosso interior e tomar posse do que realmente somos e cremos, sem criar máscaras de proteção, que escondem nossa verdadeira imagem. A busca de conhecimento do outro, passa necessariamente pelo conhecimento de nós mesmos. O desconhecido em nós, faz com que não tenhamos a força suficiente para ir ao encontro do outro, como somos. Tomar posse do meu eu, para possuir o eu do outro. Anselm Grün, monge escritor alemão afirma: “Quanto mais o medo me leva a evitar um olhar para o meu interior, mais forte torna-se o medo do desconhecido em mim. Jesus fala desse medo do desconhecido quando dirige suas palavras aos doze que escolhera: “Não tenhais medo deles, porque não há nada encoberto que não venha a ser revelado, nem escondido que não venha a ser conhecido. Dizei à luz do dia o que vos digo na escuridão e proclamai de cima dos telhados o que vos digo ao pé do ouvido””(MT 10,26). Certamente, Jesus estava falando aos seus colaboradores em circunstências bem diferentes à nossa, porém, penso que essas palavras podem ser referidas ao medo que existe em nós. A capacidade de parar e encarar o positivo e o negativo que existe em nós, muitas vezes é abafada pelo medo de nos surpreender com uma explosão do que realmente somos. O medo é fruto de uma atitude muito pessimista em relação a nós mesmos. Na medida em que revelamos, a nós, o nosso interior e assumimos a realidade pessoal do jeito que ela é, passamos a viver uma liberdade jamais vivida. Não temos nada a esconder e muito menos a guardar sob sete chaves. A transparência é o espelho da alma que acredita ser o que ela é para conhecer e amar o outro como ele é. Vivemos tão pouco, porque não estabelecer relacionamentos sinceros e verdadeiros sem medo de nós e do outro? Na medida que amo em mim, a riqueza e a pobreza com que Deus me fez, serei capaz de amar a riqueza e a pobreza do outro. “Para Deus nada fica no escuro. Já o Salmo 139, assim se expressa: “ Se eu disser: As trevas, ao menos, vão me envolver e a luz, à minha volta, se fará noite, nem sequer as trevas são bastante escuras para ti, e a noite é tão clara como o dia, tanto faz a luz como as trevas. Pois tu plasmaste meus rins, tu me tecestes no seio de minha mãe. Graças te dou pela maneira espantosa como fui feito tão maravilhosamente”(Sl 139,11-14). A escuridão não é o lugar do afastamento de Deus, mas de sua especial proximidade. Lá ele fala ao meu coração e ilumina tudo em mim com a luz de seu amor. Ele sabe o que existe dentro de mim. Ele o desvenda para mim. Por isso não preciso mais encobri-lo de mim nem dos outros. Tudo o que há em mim é perpassado pela luz de Jesus. O próprio Jesus desceu para esta escuridão a fim de iluminá-la com sua luz”.(Anselm Gün). No caminho da realização pessoal, o passo fundamental para ser feliz está no abandono do medo de nós mesmos, para mergulhar no nosso interior conhecendo o mais profundo de nossos sentimentos e emoções, iluminados pela luz de Jesus. Assim seremos capazes de mergulhar no conhecimento dos outros e estabelecer relacionamentos verdadeiros, sem preconceitos ou julgamentos indevidos. Nossa convivência em casa, no trabalho, no lazer, na comunidade será agradavelmente prazerosa, quando amarmos o que conhecemos em nós, para poder amar o que conhecemos no outro.Dom Anuar Batistti
Fonte: CNBB
“Bem profetizou Isaias a vosso respeito, hipócritas, como está escrito: ‘Este povo me honra com os lábios, mas seu coração está longe de mim” (Marcos 7,1 ss).Com freqüência escribas e fariseus provocavam disputas com Jesus. Lendo com atenção os evangelhos, nota-se que não era ele a iniciar disputas, mas as tolerava e respondia direta ou indiretamente.O mestre ensinava verdades novas, às vezes inauditas, longe do modo de pensar comum das gentes, dos chefes; verdades desconcertantes para a vida de todo dia. Jesus não pretendia anular os seus adversários, mas as suas respostas eram um pensamento profundo para fazer progredir a reflexão sobre a condição humana, sobre o mistério de Deus.Também desta vez, a disputa diz respeito a comportamento de aparência banal: lavar as mãos antes das refeições. Diz o evangelista Marcos: “Os escribas e fariseus tinham visto que alguns dos discípulos de Jesus comiam o pão com as mãos impuras, isto é, sem as terem lavado”. Pode ser a nossos olhos uma coisa simples: boa norma de higiene e boas maneiras, etiqueta social. Mas nos tempos de Jesus, do gesto simples tinham feito um rito religioso com exigência de observância moral. Muitos comportamentos eram considerados em Israel como puros ou impuros; na base da distinção estavam somente tradições humanas, passadas por gerações, com força de lei, e as transgressões tinham peso de pecado. De fato, nas leis provenientes de Moisés, confluíram não somente coisas importantes, por exemplo, os Dez Mandamentos, mas ainda simples normas higiênicas, tradições meramente humanas. Assim para escribas e fariseus o não lavar as mãos antes de comer era falta gravíssima, intolerável, que tornava o homem impuro. À base desses comportamentos, existiam explicações estranhas: o temor e pânico da gente primitiva face às forças da natureza, a persuasão de que no mundo escondiam-se potências tenebrosas e hostis, que era necessário neutralizar com ritos e magias. Assim existiam objetos impuros a evitar, plantas impuras, animais impuros; ai de quem as tocasse, ai de quem delas se servisse para nutrir-se.Surgia uma religiosidade falsa, feita de observações minuciosas, uma vida conduzida de cabeça para baixa, sempre no temor de enganar-se, com medo de cair na hostilidade de forças misteriosas.Tudo isso estava longe do clima sereno e confiante da Aliança. No livro do Deuteronômio 4, 1 e ss, “Moisés falou ao povo: ouvi as leis e os decretos que eu vos ensino a cumprir. ... Nada acrescenteis, nada tireis à palavra que vos digo”. À base da Aliança estava a amizade com o Senhor, a alegria de sentir-se por ele amado, de ter dele a confiança de uma missão a realizar na história, compreendida a promessa de um Messias redentor. Jesus via na polêmica com escribas e fariseus a diferença entre o projeto de Deus e o modo como a gente acabava por viver. Por isso disse o Senhor: “Este povo me honra com os lábios, mas o seu coração está longe de mim”. Os lábios são símbolo do exterior, das palavras ocas e medrosas.O coração por sua vez: uma realidade complexa. É pequenino, mas carregado de significados espirituais, afetivos. Sentimos o coração como sede do eu profundo, da identidade da pessoa, onde alguém se mede com os outros, com Deus, em relação de amor, ou de recusa do amor. Onde amadurecem as escolhas importantes sobre a vida, onde são tomadas as decisões fundamentais para o nosso destino. Jesus contrapõe os lábios e o coração, isto é, a exterioridade do lavar as mãos e os pratos e copos, porque se temem conseqüências negativas, mágicas, pavorosas, e a interioridade das pessoas que na luz de Deus se amam, se respeitam e se ajudam, se empenham pela vida e pela morte. Já o profeta Samuel advertia: “O homem olha a aparência, o Senhor olha o coração”(1 Samuel 16,7). Mas o coração do homem é cheio de ambigüidade, capaz de generosidade sem limites, mas também de baixeza e vileza. Victor Hugo escreveu: “De todas as coisas que Deus fez, o coração humano é a que traz mais luz e também mais trevas”.
Cardeal Geraldo Majella Agnello
Fonte: CNBB
Rasgai os vossos corações, e não as vossas vestes, diz o profeta (Jl 2, 13). Qual de entre vós tem uma vontade particularmente submissa à teimosia? Que rasgue o seu coração com a espada do Espírito, que não é outra senão a Palavra de Deus. Que o rasgue e o reduza a pó, porque ninguém pode converter-se ao Senhor se não com o coração quebrado. [...] Escuta um homem que Deus encontrou de acordo com o Seu coração: «O meu coração está firme, ó Deus, o meu coração está firme» (Sl 56, 8). Está firme para a adversidade, está firme para a prosperidade, está pronto para as coisas humildes, está pronto para aquelas que são elevadas, está pronto para o que ordenares. [...] «O meu coração está firme, ó Deus, o meu coração está firme». Quem está, como David, pronto a partir, a entrar e a caminhar segundo a vontade do Rei?
Quando perguntaram ao Mestre qual era o maior dos mandamentos, Ele respondeu: «Amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração e com todas as tuas forças. Não há maior mandamento». E eu acredito nisso, porque diz respeito ao Ser essencial e primeiro, Deus nosso Pai, por Quem tudo foi feito, tudo permanece, e a Quem voltarão todos os que forem salvos. Foi Ele Quem nos amou primeiro, Quem nos fez nascer; seria sacrilégio pensar que exista um ser mais antigo e mais sábio. O nosso reconhecimento é ínfimo, comparado com as imensas graças que nos concedeu, mas não podemos oferecer-Lhe outro testemunho, a Ele que é perfeito e de nada necessita. Amemos o nosso Pai com todas as nossas forças e todo o nosso fervor e receberemos a imortalidade. Quanto mais se ama a Deus, mais a nossa natureza se mistura e se confunde com a Sua.

Aproximemo-nos do coração do dulcíssimo Senhor Jesus, e exultaremos, regozijar-nos-emos nele. Quão bom e doce é habitar nesse coração! É o tesouro escondido, a pérola preciosa, aquilo que encontramos, ó Jesus, escavando o campo do Teu corpo (Mt 13, 44ss). Quem pois rejeitará esta pérola? Bem pelo contrário, por ela eu darei todos os meus bens; trocarei todas as minhas preocupações, todos os meus afetos. Todas as minhas inquietações, abandoná-las-ei no coração de Jesus: ele bastar-me-á e providenciará sem falta à minha subsistência.É neste templo, neste Santo dos santos, nesta arca da aliança, que virei adorar e louvar o nome do Senhor. «Encontrei o meu coração, dizia David, para rezar ao meu Deus» (1º Crón 17, 25 Vulg). E também eu encontrei o coração do meu Senhor e Rei, do meu irmão e amigo. Portanto, como poderia não rezar? Sim, rezarei, porque, com firmeza o digo, o Seu coração pertence-me.
No dia da tua Ascensão, ó Cristo Rei,os anjos e os homens proclamam:«Senhor, tu és Santo porque desceste e salvaste, do abismo da morte e do pecado, a Adão,o homem feito do pó (Gn 2, 7),e pela tua santa Ascensão, ó Filho de Deus,os céus e a terra entram em paz. Glória Àquele que te enviou!
Cada cristão deve ser na sociedade humana uma centelha de luz, um foco de amor, um fermento para toda a massa (Mt 5, 14; 13, 33). Tanto mais o será, quanto mais na intimidade de si mesmo viver unido com Deus. Em última análise, só haverá paz na sociedade humana, se ela estiver presente em cada um dos seus membros, se em cada um se instaurar a ordem querida por Deus. Este intento é tão nobre e elevado, que homem algum, embora louvavelmente animado de toda a boa vontade, o poderá levar a efeito só com as próprias forças. Para que a sociedade humana seja espelho o mais fiel possível do Reino de Deus, é grandemente necessário o auxílio do alto. É natural, pois, que nestes dias sagrados, elevemos suplicante prece a Quem com a Sua dolorosa paixão e morte venceu o pecado, fator de dissensões, misérias e desequilíbrios. Porque Ele é a nossa paz. Veio e anunciou paz a vós que estavam longe, e a paz aos que estavam perto (Ef. 2, 14-17). Nos ritos litúrgicos destes dias de Páscoa ressoa a mesma mensagem: Nosso Senhor Jesus Cristo ressuscitado, de pé no meio dos seus discípulos, disse: «Deixo-vos a paz, dou-vos a Minha paz. Não é como a dá o mundo que Eu vo-la dou» (Jo 14, 27).Esta paz, peçamo-la com ardentes preces ao Redentor divino que no-la trouxe. Afaste Ele dos corações dos homens quanto pode pôr em perigo a paz, e os transforme a todos em testemunhas da verdade, da justiça e do amor fraterno. Ilumine com Sua luz a mente dos responsáveis dos povos, para que, juntamente com o justo bem-estar dos próprios concidadãos, lhes garantam o belíssimo dom da paz. Inflame Cristo a vontade de todos os seres humanos, para abaterem as barreiras que dividem, para corroborarem os vínculos da caridade mútua, para se compreenderem os outros, para perdoarem aos que lhes tiverem feito injúrias. Sob a inspiração da Sua graça, tornem-se todos os povos irmãos e floresça neles e reine para sempre essa tão suspirada paz.
Cristo permanece na Sua Igreja: nos seus sacramentos, na sua liturgia, na sua pregação, em toda a sua atividade. De modo especial, Cristo continua presente entre nós nessa entrega diária que é a Sagrada Eucaristia. Por isso, a missa é o centro e a raiz da vida cristã. Em todas as missas está sempre presente o Cristo total, Cabeça e Corpo. "Por Cristo, com Cristo e em Cristo". Porque Cristo é o Caminho, o Mediador. Nele tudo encontramos; fora Dele, a nossa vida torna-se vazia. Cristo vive nos cristãos. A fé diz-nos que o homem, em estado de graça, está endeusado. Somos homens e mulheres; não somos anjos. Seres de carne e osso, com coração e paixões, com tristezas e alegrias; mas a divinização envolve o homem todo, como antecipação da ressurreição gloriosa. «Cristo ressuscitou de entre os mortos, como primícias dos que morreram. Porque, assim como por um homem veio a morte, também veio por um homem a ressurreição. Porque, assim como todos morrem em Adão, assim também, em Cristo todos são vivificados» (1Cor 15, 20-22). A vida de Cristo é a nossa vida, segundo o que prometera aos Seus Apóstolos no dia da Última Ceia: «Se alguém Me tem amor, há-de guardar a Minha palavra; e o Meu Pai o amará, e Nós viremos a ele e nele faremos morada» (Jo 14, 23). O cristão deve, pois, viver segundo a vida de Cristo, tornando seus os sentimentos de Cristo, de tal modo que possa exclamar com São Paulo: «Não sou eu quem vive, é Cristo que vive em mim» (Gal 12, 20).
Entre recomendações salutares e preceitos divinos através dos quais proveu à salvação do Seu povo, o Senhor deu-nos ainda o modelo de oração; Ele próprio nos ensinou o que devemos pedir nas nossas preces. Ele, que nos dá a vida, também nos ensina a rezar, com aquela mesma bondade que O levou a conceder-nos tantos outros benefícios. Assim, quando falamos ao Pai através da oração que o Senhor nos ensinou, somos mais facilmente escutados. Ele previra que viria a hora em que: «os verdadeiros adoradores hão-de adorar o Pai em espírito e verdade» (Jo 4, 23) e cumpriu o que anunciara. Santificados pelo Espírito e pela verdade que vêm Dele, podemos igualmente, graças ao que nos ensinou, adorar em espírito e verdade. Uma vez que foi graças a Cristo que recebemos o Espírito que oração poderia ser mais espiritual do que aquela que Ele nos deu? Que oração pode ser mais verdadeira do que aquela que saiu da boca do Filho, que é a própria Verdade? Por isso, irmãos bem-amados, rezemo-la como o Mestre no-la ensinou. Clamar a Deus com palavras Dele é súplica que Lhe é amável e filial; é fazer-Lhe chegar aos ouvidos a oração de Cristo. Que o Pai reconheça a voz do Filho quando Lhe dirigimos o nosso pedido. Que Aquele que vive no nosso coração seja também a nossa voz. Ele é nosso advogado junto do Pai: intercede pelos nossos pecados quando nós, pecadores, lhe pedimos perdão pelas nossas faltas. Pronunciemos, então, as palavras do nosso advogado, porque é Ele quem nos diz: «Se pedirdes alguma coisa ao Pai em Meu nome, Ele vo-la dará» (Jo 16, 23).
«Na casa de Meu Pai há muitas moradas. Se assim não fosse, como teria dito Eu que vos vou preparar um lugar?» [...] Se as moradas do Pai não fossem numerosas, o Senhor teria dito que falava como precursor, a fim de preparar as moradas dos santos. Mas Ele sabia que já estavam preparadas muitas moradas, à espera da chegada dos amigos de Deus. Apresenta, pois, outra justificação para a Sua partida: preparar o caminho da nossa ascensão para esses lugares do céu abrindo-nos uma passagem para lá chegarmos, quando anteriormente esta rota era impraticável para nós. Porque o céu estava absolutamente encerrado para os homens, e nunca ser algum de carne tinha penetrado neste santíssimo e puríssimo domínio dos anjos. Cristo inaugurou este caminho para as alturas. Oferecendo-Se a Si mesmo a Deus Pai como primícias dos que dormem nos túmulos da terra, permitiu à carne ascender ao céu e foi o primeiro homem a aparecer aos habitantes lá do alto. Os anjos não conheciam o augusto e grandioso mistério de uma entronização celeste da carne. Foi com espanto e admiração que assistiram a esta ascensão de Cristo. Quase perplexos por tão inaudito espectáculo, exclamaram: «Quem é Esse, que vem de Edom?» (Is 63, 1), ou seja, da terra. Assim, pois, Nosso Senhor Jesus Cristo abriu-nos um caminho novo e vivo (Heb 10, 20). «Cristo não entrou num santuário feito por mão de homem, figura do verdadeiro, mas no próprio céu, para Se apresentar agora diante de Deus por nós» (Heb 9, 24).
O mistério da Santíssima Trindade é chamado pelos doutores da Igreja a substância do Novo Testamento, quer dizer o maior de todos os mistérios, a origem e o fundamento dos outros. Foi para o conhecerem e o contemplarem que os anjos foram criados no céu e os homens na terra. [...] Foi para manifestar este mistério mais claramente que o próprio Deus desceu da Sua morada com os anjos para junto dos homens. [...]O apóstolo Paulo anuncia a Trindade das pessoas e a unidade da sua natureza quando escreve: «Da parte d'Ele, por meio d'Ele e para Ele são todas as coisas. Glória a Ele pelos séculos» (Rom 11, 36). [...] Santo Agostinho escreveu, comentando esta passagem: «Estas palavras não são devidas ao acaso. «Da parte d'Ele» designa o Pai, «por meio d'Ele» designa o Filho e «para Ele» designa o Espírito Santo.» Com justeza a Igreja tem o hábito de atribuir ao Pai as obras da Divindade onde resplandece o poder, ao Filho aquelas onde resplandece a sabedoria e ao Espírito Santo aquelas onde resplandece o amor. Não que todas as perfeições e obras exteriores não sejam comuns às pessoas divinas: «as obras da Trindade são indivisíveis, como a essência da Trindade é indivisível [...]» (Sto Agostinho).Mas, por uma certa comparação, uma certa afinidade entre estas obras e as propriedades das pessoas, as obras são atribuídas ou «apropriadas» como se diz, a uma das pessoas mais do que às outras. [...] De algum modo, o Pai, que é «o princípio de toda a divindade» (Sto Agostinho), é também a causa eficiente de todas as coisas, da incarnação do Verbo, e da santificação das almas: «tudo Lhe pertence». Mas o Filho, o Verbo, a Palavra de Deus e a imagem de Deus, é também a causa-modelo, o arquétipo; d'Ele tudo o que foi criado recebe a sua forma e a sua beleza, a ordem e a harmonia. Ele é para nós «o caminho, a verdade e a vida» (Jo 14, 6), o reconciliador do homem com Deus: «tudo é por meio d'Ele». O Espírito Santo é a causa última de todas as coisas [...], a bondade divina e o amor mútuo do Pai e do Filho; pelo Seu poder mais doce, completa o amor mútuo do Pai e do Filho; pelo Seu poder mais doce, completa a obra escondida da salvação eterna do homem e leva-a à perfeição: «tudo é para Ele».
Seria de esperar que Nosso Senhor, uma vez ressuscitado, aparecesse ao maior número de pessoas possível, sobretudo aos que O tinham crucificado. Pelo contrário, vemos pela história que Ele Se manifesta apenas a algumas testemunhas escolhidas, e especialmente os Seus discípulos mais próximos. Como diz São Pedro: «Deus ressuscitou-O, ao terceiro dia, e permitiu-Lhe manifestar-Se, não a todo o povo, mas às testemunhas anteriormente designadas por Deus, a nós que comemos e bebemos com Ele, depois da Sua ressurreição dos mortos» (At 10, 40-41).À primeira vista, isto parece-nos estranho. Com efeito, temos uma ideia muito diferente da Ressurreição, representamo-la como uma manifestação deslumbrante e visível da glória Cristo. [...] Representando-a como um triunfo público, somos levados a imaginar a confusão e o terror que se teriam apoderado dos Seus carrascos se Jesus Se tivesse apresentado vivo diante deles. Reconheçamos que tal raciocínio nos levaria a conceber o Reino de Cristo como um reino deste mundo, o que não é correcto. Seria supor que Cristo veio julgar o mundo nesse momento, quando tal só acontecerá no último dia. [...]Por que Se terá Ele mostrado apenas «a algumas testemunhas escolhidas anteriormente»? Porque era este o meio mais eficaz de propagar a fé pelo mundo inteiro. [...] Qual teria sido o fruto de uma manifestação pública que se impusesse a todos? Esse novo milagre teria deixado a multidão como a tinha encontrado, sem mudança eficaz. Os Seus milagres anteriores já não tinham convencido a todos [...]; que teriam dito e sentido a mais do que anteriormente, mesmo que «alguém ressuscitasse dentre os mortos»? (Lc 16, 31) [...] Cristo mostra-Se para suscitar testemunhos da Sua ressurreição, ministros da Sua palavra, fundadores da Sua Igreja. Como poderia a multidão, com a sua natureza inconstante, adivinhá-lo?
Num abrir e fechar de olhos, o Senhor multiplicou um pouco de pão. Aquilo que os homens fazem em dez meses de trabalho, os seus dez dedos fizeram num instante. [...] Todavia, não foi pelo Seu poder que Ele mediu o alcance do milagre, mas pela fome dos que ali estavam. Se o milagre tivesse sido avaliado pela medida do Seu poder, teria sido impossível avaliá-lo; medido pela fome daqueles milhares de homens, o milagre excedeu os doze cestos. A capacidade dos artesãos não excede a dos clientes, é-lhes impossível corresponder a tudo o que lhes é pedido. As realizações de Deus, pelo contrário, superam todo o desejo. [...]
Bispos reunidos em Assembleia Geral discutem diretrizes da formação presbiteral
Senhor,como os discípulos de Emaús, somos peregrinos.Vem caminhar conosco!Dá-nos teu Espírito, para que façamos da catequesecaminho para o discipulado.Transforma nossa Igreja em comunidades orantes e acolhedoras,testemunhas de fé, de esperança e caridade.Abre nossos olhos para reconhecer-tenas situações em que a vida está ameaçada.Aquece nosso coração, para que sintamos sempre a tua presença.Abre nossos ouvidos para escutar a tua Palavra,fonte de vida e missão.Ensina-nos a partilhar e comungar do Pão,alimento para a caminhada.Permanece conosco!Faz de nós discípulos missionários,a exemplo de Maria, a discípula fiel,sendo testemunhas da tua Ressurreição.Tu que és o Caminho para o Pai.